Era
uma tarde morna, como todas em Boa Vista-RR. Eu passava por uma das
ruas de um bairro 'nobre' desta capital, quando me deparei com a imagem
retratada acima. No muro de um terreno baldio, lá estava ela, destoando a
formalidade que aquele bairro transmite.
Provocativa,
demonstrava o tom subjetivo que levou o artista a manifestar sua indignação
frente as provocações cotidianas que o capitalismo neoliberal nos traz.
“O discurso não é simplesmente aquilo que traduz
as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo porque, pelo que se luta, o
poder do qual nos queremos apoderar.”
(Michel Foucault)
Frases - http://kdfrases.com
É
possível que nessa maneira de manifestar-se, não somente da
frase construída e registrada na foto, mas também nas palavras
do filósofo, possa ser entendido como um ato de resistência contrário ao
capitalismo neoliberal criador das mais diferentes maneira para continuar
excluindo e mantendo sua forma de controle.
Cabe
indagar o que estaria por traz da afirmativa presente na frase "Foucaut
tinha razâo?
Ao
que ela nos conduz?
Faço
esse levante, pois M. Foucault é, sem dúvida alguma, um dos nomes mais significativos
do pensamento Pós-estruturalista.
Suas
obras provocaram grande debates no meio acadêmico. Desde a “História da
Loucura” à “A História da Sexualidade”, que apesar de terem ficado inacabada em
função de sua morte prematura; podem ser referendadas no campo da Filosofia do
Conhecimento.
Contudo,
antes a estas, com apenas 28 anos de idade, publicou “Doença Mental e
Psicologia”.
Mas,
sua produção intelectual só ganha força com “História da Loucura” (1961),
resultante de sua tese de doutorado defendida na Sorbonne. Nessa obra o
filósofo explora questões que o teriam conduzido, nos séculos XVII e XVIII,
estudar a situação de marginalidade com que eram tratados aqueles e
daquelas que eram apontados como desprovidos da capacidade racional.
Suas
reflexões sobre as relações de poder, o saber e o sujeito foram inovadoras.
Digo isto, pois sua abordagem a respeito destes temas transgrediram o
pensamento da época, instaurando uma outra maneira de entendimento sobre
questões que movimentam os estudos de pensadores sobre a sociedade
pós-modernas.
Essa
postura é inaugurada nas obras “Vigiar e Punir” e “A História da
Sexualidade”, visto que passa a ser concebido como um dos grandes nomes do
pós-estruturalismo. As 'relações de poder’ são amplamente abordada pelo filósofo,
rompendo o tradicionalismo como é tratado pelo estado constituído, alongando o
debate para a vida das pessoas e suas relações cotidianas.
Dessa
maneira, Michel Foucault firma que as relações de poder atuaria para além da
função repressora, institucionalizada pelo estado, mas enquanto articulador de
verdades e de saberes.
O
campo de estudo do filósofo se fundamenta naquilo que de mais particular
presentifica-se na cultura: a loucura, a Medicina, as Ciências Humanas e o
'saber'.
A
trajetória de intensa produção científica (livros, ensaios, entrevista, etc.) é
interrompida em junho de 1984, quando o agravamento da AIDS provocou seu
falecimento. O filósofo francês teve uma trajetória de vida vinculada às lutras
contra o preconceito, defendendo principalmente as minorias.
É
possível que a frase nos aponte que as provocações de que foram reveladas
pelo filósofo ainda esteja e devam ser revistas ainda nos dias de hoje.
A frase seguinte nos demonstra a intensidade da reflexão de Foucoault:
“A disciplina é um
princípio de controle da produção do discurso. Ela lhe fixa os limites pelo
jogo de uma identidade que tem a forma de uma reatualização permanente das
regras.” (Michel Foucault)
Frases - http://kdfrases.com