domingo, 4 de outubro de 2015

Foucaut tinha razão







Era uma tarde morna, como todas em Boa Vista-RR. Eu passava por uma das ruas de um bairro 'nobre' desta capital, quando me deparei com a imagem retratada acima. No muro de um terreno baldio, lá estava ela, destoando a formalidade que aquele bairro transmite.
Provocativa, demonstrava o tom subjetivo que levou o artista a manifestar sua indignação frente as provocações cotidianas que o capitalismo neoliberal nos traz.






É possível que nessa maneira de manifestar-se, não somente da frase construída e registrada na foto, mas também nas palavras do filósofo, possa ser entendido como um ato de resistência contrário ao capitalismo neoliberal criador das mais diferentes maneira para continuar excluindo e mantendo sua forma de controle.
Cabe indagar o que estaria por traz da afirmativa presente na frase "Foucaut tinha razâo?
Ao que ela nos conduz?
Faço esse levante, pois M. Foucault é, sem dúvida alguma, um dos nomes mais significativos do pensamento Pós-estruturalista.
Suas obras provocaram grande debates no meio acadêmico. Desde a “História da Loucura” à “A História da Sexualidade”, que apesar de terem ficado inacabada em função de sua morte prematura; podem ser referendadas no campo da Filosofia do Conhecimento. 
Contudo, antes a estas, com apenas 28 anos de idade, publicou “Doença Mental e Psicologia”. 
Mas,  sua produção intelectual só ganha força com “História da Loucura” (1961), resultante de sua tese de doutorado defendida na Sorbonne. Nessa obra o filósofo explora questões que o teriam conduzido, nos séculos XVII e XVIII,  estudar a situação de marginalidade com que eram tratados aqueles e daquelas que eram apontados como desprovidos da capacidade racional. 
Suas reflexões sobre as relações de poder, o saber e o sujeito foram inovadoras. Digo isto, pois sua abordagem a respeito destes temas transgrediram o pensamento da época, instaurando uma outra maneira de entendimento sobre questões que  movimentam os estudos de pensadores sobre a sociedade pós-modernas.
Essa  postura é inaugurada nas obras “Vigiar e Punir” e “A História da Sexualidade”, visto que passa a ser concebido como um dos grandes nomes do pós-estruturalismo. As 'relações de poder’ são amplamente abordada pelo filósofo, rompendo o tradicionalismo como é tratado pelo estado constituído, alongando o debate para a vida das pessoas e suas relações cotidianas. 
Dessa maneira, Michel Foucault firma que as relações de poder atuaria para além da função repressora, institucionalizada pelo estado, mas enquanto articulador de verdades e de saberes.
O campo de estudo do filósofo se fundamenta naquilo que de mais particular presentifica-se na cultura: a loucura, a Medicina, as Ciências Humanas e o 'saber'.
A trajetória de intensa produção científica (livros, ensaios, entrevista, etc.) é interrompida em junho de 1984, quando o agravamento da AIDS provocou seu falecimento. O filósofo francês teve uma trajetória de vida vinculada às lutras contra o preconceito, defendendo principalmente as minorias.
É possível que a frase nos aponte que as provocações de que foram reveladas  pelo filósofo ainda esteja e devam ser revistas ainda nos dias de hoje.   A frase seguinte nos demonstra a intensidade da reflexão de Foucoault: