quarta-feira, 9 de setembro de 2015

PROJETO: Sentiver - Inspiração, conteúdo e leveza




Há tempos venho tentando produzir algumas palavras sobre minha amiga. entre os tantos que construí durante  minha estada em Sorocaba, São Paulo. 
Conheci Carmem, pelo menos é assim que a trato, em 2012 nas aulas do curso de Mestrado em Educação, na UNISO/Sorocaba-SP, mais precisamente nas aulas da disciplina  Meio ambiente, cultura e vida cotidiana, ministrada pelo professor Marcos Reigota. Era lá que o grupo todo se encontrava, expunha seus trabalhos e ouvíamos uns aos outros em um exercício de resinificação de nossas pesquisa; mas, principalmente nossos projetos de vida e de acolhimento uns ao outros. Eram: eu, Carmem, Marta Catunda, Carmem Silva, Moura, Maurício Massari, Maria Aparecida, entre outros e outras que lá também se sentiam atraídos por nossas propostas de trabalho e pela maneira de como nosso orientador conduzia as orientandos.
Como não se sentir acolhido pelo sorriso de Carmem!?
Contávamos nossas histórias, viajávamos para eventos científicos juntos, compartilhávamos nossas angústias. Tudo com grande respeito, companheirismo e alegria. As vezes até mesmo tomar um cafezinho após as aulas era motivo para uma boa conversa.
Na época ela já confidenciava-nos que, anterior a esse momento teria desistido de prestar exame ao Mestrado para conhecer e viajar ao Chile. Coisa de artista! Eu ria de suas histórias e eles/elas riam quando eu contava as minhas, principalmente sobre a dificuldade de me ajustar aos horários, ao gosto dos alimentos, ao ritmo paulistano de viver.
Algo que ainda recordo com clareza era quando ela comentava de como conduzia suas aulas na escola em que trabalhava e da maneira como isso ressignificava o espaço educacional e o entendimento sobre o ensino de Artes na escola. Falava ainda de suas angustias de, em muitas vezes não ter sido bem interpretada por apresentar uma proposta pedagógica que destoava da maneira convencional e conteudista de ministrar tal disciplina. Dizia ela: "acho que as vezes eles pensam que eu sou maluca ou que tô inventando coisa pra não ministrar o conteúdo...rssss".
Juntos, caíamos na gargalhada!
As vezes o maior barreira não é exercitar os experimentos que nos propomos a fazer, mas nos apercebermos que estávamos, e ainda estamos, no caminho certo. 
Por toda essa alegre de Carmem, a época, escrevi um pequeno texto à ela; porém, deixarei o texto completo para um outro momento. Segue apenas um fragmento: 

"quando chegas
o sorriso invade nosso espaço
como o gosto bom de um copo com vanila (...)"

No vídeo acima você poderá conhecer um pouco do significativo trabalho de Carmem, o que rendeu a ela o Prêmio Victor Cevita/2013.
Nele, Carmem leva os alunos do 6º ano da E. E. Professor Benedicto Leme Vieira Neto, em Salto de Pirapora, a 130 quilômetros de São Paulo, a refletirem sobre a maneira como se movem. Inspirados na coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009) e nos jogos teatrais desenvolvidos pela pesquisadora norte-americana Viola Spolin (1906-1994), os estudantes criaram coreografias com base em sua história pessoal e ocuparam, com sua intervenção artística, uma área verde da escola que não era usada até então.
E é assim, que mais uma de minhas interlocutoras, dá sentido a sua existência.