domingo, 28 de junho de 2015


Sobre Marcos Reigota.

Em fins do ano de 2010. Apresentei uma proposta de dissertação de Mestrado à UNISO - Sorocaba/SP. Era resultante de longa caminhada e vivências de pesquisas em comunidades da Amazônia brasileira. Havia escolhido esta universidade por recomendação de um grande amigo de militância nos movimentos sociais quando de minha juventude no Pará, Oswaldo Piedade. A decisão tornou-se mais forte ainda quando constatei que lá estava uma das referências que utilizávamos para aprofundar os debates por uma sociedade mais justa e menos excludente.  
A proposta que apresentei apontava sobre o cotidiano das escolas presentes nas comunidades indígenas do Alto São Marcos-RR e sua dinâmica na fronteira Brasil/Venezuela. O contato linguístico, a dinamização cultural, o forte comércio alavancado pela presença dos Chineses e Árabes; e toda a efervescência da região de fronteira da Panamazônica brasileira foi acolhida pelo professor Marcos Reigota. 
Durante o curso, muito do que havia lido em suas obras fora ampliado, pois presenciava, não apenas o Professor, mas o Ser Humano, Sujeito da História. Foi um período de produção científica intensa; contudo, não é tão simples assumir uma postura política e social como a que construímos no grupo de pesquisa coordenado por ele. Digo isto, por ter plena convicção do enfrentamento que isso  causa no pensamento "politicamente correto" que ainda transita no espaço publico brasileiro, e não só. E é essa postura, da contra-corrente latino americana, que também dá sentido a minha existência,
Bem, mas quanto a este assunto, prefiro não alongar e deixá-lo para um outro momento. 
Sobre a trajetória e o significado que o Professor Marcos dá a sua existência, sugiro visitações em sua extensa produção científica, assim como às de nossos interlocutores.

quarta-feira, 17 de junho de 2015


ELIAKIN RUFINO


O que falar de Eliakin Rufino de Souza? 

Conhecido no meio artístico como Eliakin Rufino é roraimense daqueles de tomar Caxiri de manhã e nas refeições acrescentar Giquitáia. Nascido em Boa Vista (27/05/1958) é reconhecidamente poeta, escritor, compositor, cantor, produtor cultural, jornalista, ativista; mas, principalmente, professor de filosofia.
É, sem dúvida alguma, uma das vozes mais significativas do que ficou conhecido como a expressividade literária e artística contemporânea em Roraima. Em parceria com, outros dois grandes artísticas, Neuber Uchoa e Zeca Preto, iniciaram, na década de 1980, um manifesto artístico em Roraima, repudiando o colonialismo musical que imperava na Amazônia. Intitulado de Movimento Roraimera, satirizavam e ainda satirizam o "pensamento politicamente correto" que permeia a música e a arte produzida apenas para o consumo. Em rítimos e tons despojados emprestam suas vozes para denunciar amores dispersos, fronteira culturais, o preconceito, a intolerância, o conformismo das pessoas frente as mazelas sociais que o capitalismo neoliberal tem causado à região amazônica e a vidas que nela resiste.
Sou daqueles de acompanhar seus trabalhos a distância. As vezes assisto os interpretes de seus textos deliciando uma boa Damorida na Casa do Neuber. E assim, vez ou outra, me vejo cantarolando suas músicas nas viagens que faço pela Amazônia, e não só. Mas é no espaço público, de debates e críticas literária, onde melhor os encontro. A partir de seus textos, rediscuto o entendimento de identidade, de pertencimento e etnopoesia na Amazônia roraimense.
Espero que este breve texto desperte em você o interesse em conhecê-los